O MEU ENCÉFALO NO TEU SINTAGMA, PORTUGAL!

Gestos derradeiros como este suicídio — a envergonhar e a estigmatizar de infame um País por décadas , recordam-nos que não podemos pactuar de todo com quem nos roube nem com quem nos minta para melhor e por mais tempo nos roubar. Não podemos. Não se pode consentir a políticos abaixo de reles que abusem da nossa boa fé, traindo grosseiramente um Estado Soberano, para depois ir gozar o pagode em Paris. A nossa luta deverá ser diária, incansável, roçar a loucura, pois está imenso em causa. Aliás, é já um pouco tarde, portugueses! Bastou um homem injustiçado na Tunísia para o deflagrar de algo muito novo e muito maior que a sua insuportável micro-injustiça. Agora, a mesma coisa na Grécia, provavelmente. Ou não. Rebentar pateticamente com a crosta de hipocrisia e egoísmo que nos cerca, morrendo, não é algo assim tão distante que nos não possa passar pela cabeça, na serena morte lenta portuguesa: cercados de desproporcionado Fisco, omnipotente e terrorista; desempregados há séculos ou semi-empregados há ainda mais séculos e apenas para trazer para casa a célebre miserável gorjeta salarial; penhorados até aos pentelhos especial e expressamente pelo BES; comendo merda todos os dias, eventualmente chegará um momento em que direi, diremos, «basta!». Em que o mundo terá de se envergonhar por semelhantes efeitos pessoais. E apenas porque, a montante, a maioria tolerou ladrões e manobras invasivas de uma fauna ávida e sem escrúpulos. Tolerou os que pactuam com ladrões sob as vestes de Falsa Respeitabilidade Noronha. Tolerou o manuseio imoral da palavra viciosa dos que pactuam com quem nos roubou e os defende graças ao privilégio mediático. Como é possível dissociar de quem nos roubou os que formam e emitem opinião pelos media e, sendo influentes, se mostram criminosamente omissos, infinita e convenientemente tolerantes com o facto de ter havido com nos prejudicou grosseiramente, cidadãos e contribuintes?! Não fomos assaltados como se assalta um Banco. Fomos assaltados como se assalta e destrói um Estado funcional e decente. Não sei, quem sabe um dia?, o meu encéfalo na tua Praça Sintagma, Portugal.

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